Muitas são as formas de passarmos pelo mundo. Muitos são os caminhos, obstáculos, realizações. Mil são as nossas colinas diárias a serem transpostas. Do alto de cada uma delas, podemos observar nossos rastros olhando para trás e, adiante, contemplando o horizonte, o que queremos realizar.

domingo, 21 de agosto de 2016

Mas e essa necessidade de revisitar o passado?

A comparação, em certas situações, é inevitável. O antes e o depois, como era, como ficou. O tempo marcou as pessoas, não poupou até a velha mangueira, exuberante, naquela época, referência para os vendedores ambulantes de tacacá e para quem buscava aquela sombra quase única para uma pausa do sol de quase quarenta graus. Agora está quase sem folhas. Riscou os rostos dos amigos, acrescentou quilos, envergou pessoas, encrespou as peles. Não poupou as paredes, as casas, corroeu mais alguns centímetros a orla do rio, descascou o casco dos barcos, derrubou a nossa casa! Eu já sabia, mas como fiquei triste! O tempo, ah, o tempo...mas o mais triste dele não é a mudança. É que de vez em quando, não satisfeito em transformar, ele leva. E aí, nós que ainda estamos aqui observando, ficamos também carregados daquele aperto da dor da falta. Onde estão as pessoas? Muitas que davam vida àquele lugar já não existem mais.

Aviões na fila do abastecimento no aeroporto de Itaituba, década de 1980
(Foto: André T. Couto)

Vista aérea do aeroporto de Itaituba, década de 1980
Foto: André T. Couto)

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