Café da manhã tranquilo. Enquanto tomava várias xícaras de café, fiquei pensando naqueles dias, colocando as ideias em ordem e digerindo - degustando - tudo o que tinha visto e ouvido. Não tinha sido fácil voltar ali, trinta anos depois, sem a minha família; responder a todos os amigos do meu pai que ele tinha falecido, quando, onde, como. Ouvir tantas histórias sobre ele. Fiquei pensando em como convivi pouco com ele, em como não o conhecia totalmente e é como se ali, tão longe, ele tivesse vivido em um universo paralelo, tendo tido uma vida da qual eu não fiz parte e tampouco conhecia. Ainda agora, escrevendo, muitas coisas não me saem da cabeça: quem era ele de fato, como foi sua vida ali, como foi enfrentar um cotidiano de acidentes e mortes, longe da família; como ele se livrava dos seus fantasmas... E só me vem imagens, imagens...
O porto
A árvore sem folhas
As cabanas que vendem tacacá
A velha árvore e as folhas que não existem mais
A casa que foi derrubada...
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