Muitas são as formas de passarmos pelo mundo. Muitos são os caminhos, obstáculos, realizações. Mil são as nossas colinas diárias a serem transpostas. Do alto de cada uma delas, podemos observar nossos rastros olhando para trás e, adiante, contemplando o horizonte, o que queremos realizar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Voltando pra casa...

“Um dia frio/ Um bom lugar pra ler um livro”
Pra ouvir Djavan
Ou pra assistir a um bom filme...

Aí vão alguns títulos que me ajudaram a fugir do ziriquidum, enquanto ouvia a chuva lá fora:

O nome do bebê (Le prenom - Dir. Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière - 2012) é uma comédia, que pelo menos começa como tal, mas que com o decorrer da história traz questões que acabam por gerar conflitos e revelações durante um jantar entre cinco amigos. O filme tem muito da estética atual do cinema francês, daqueles que mostram como gostam de discutir a fundo tudo o que é trazido à tona numa aparentemente simples conversação. Tudo parte da escolha do nome do bebê está para nascer, de um dos casais presentes. Uma inocente reunião, saboreada por amigos de infância, regada a bom vinho e culinária marroquina, vai aos poucos se transformando em um drama com revelações catárticas e surpreendentes.

A história se passa no apartamento de um dos casais - ela professora de francês em um liceu parisiense e ele professor de literatura na Sorbonne - localizado próximo à NotreDame, repleto de estantes de livros, que se replicam em pilhas ao lado dos sofás, em meio a uma profusão de fotos, desenhos, bibelôs (très parisienne!). Para assistir duas vezes: uma para seguir a divertida história e outra para observar os detalhes do cenário.
Com Charles Berling, Françoise Fabien, Valerie Benguigui, Patrick Bruel.

Antes do inverno (Avant l’hiver. Dir. Philippe Claudel, 2013)
Daniel Auteuil personifica o homem maduro bem sucedido, respeitado cirurgião que chega à idade madura surpreendido por algo que vai revirar sua vida pacata e seu casamento de 30 anos. A história se repete: a mulher que se retira da vida para se ocupar dos filhos e fazer com que o marido alcance o sucesso profissional. A presença de uma jovem de origem marroquina vem alterar o rumo de uma trajetória previamente traçada. A trama tem algo que faz lembrar o excelente Cahe (Michael Haneke, 2005), também com Daniel Auteuil.

Belíssima fotografia. Daniel Auteuil e Kristin Scott Thomas impecáveis, comme d’ habitude. Kristin já havia trabalhado sob a direção de Claudel em outro ótimo filme, Há tanto tempo que te amo, de 2008. 

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