Muitas são as formas de passarmos pelo mundo. Muitos são os caminhos, obstáculos, realizações. Mil são as nossas colinas diárias a serem transpostas. Do alto de cada uma delas, podemos observar nossos rastros olhando para trás e, adiante, contemplando o horizonte, o que queremos realizar.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Exposição ‘TROTAMUNDOS ou mirando minhas desconhecidas cidades’ reúne fotografias de Giancarlo Giannelli


GiannelliFoto_ExpoMACC15O Museu de Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti” (MACC), receberá a partir desta quarta-feira, 3, a exposição “TROTAMUNDOS ou mirando minhas desconhecidas cidades”, com trabalhos do fotógrafo ítalo-brasileiro Giancarlo Giannelli, radicado em Campinas.
A exposição, selecionada pelo edital de agendamento para exposições temporárias no museu, terá vernissage nesta quarta-feira, às 19h, e poderá ser vista pelo público até o dia 2 de agosto.
São 20 fotografias de diversas cidades brasileiras e estrangeiras que buscam instigar o observador aos fascínios das ruas, de suas personagens e edificações. A exposição “TROTAMUNDOS” proporciona ao espectador um passeio sensorial pelas paisagens e cenas, despertando um olhar analítico e crítico sobre o seu próprio espaço e vivência.
“É a oportunidade de o artista compartilhar com o público sua forma de olhar, conhecer e buscar lugares onde o “tapete vermelho” não chega e que refletem o dia a dia de uma cidade e, para os moradores da cidade é o momento de ser incentivado a abrir o olhar e descobrir seu espaço quotidiano”, explica Giannelli.
“As cidades se oferecem de várias maneiras ao olhar do viajante, desencadeando diferentes sentimentos: da torpor à perplexidade, do encantamento à recusa, e a medida que ganha as ruas, as paisagens, as pichações, os cinzas e os verdes, o espectador vai passeando pelo novo e pelo velho, pelo cimento e pelo aço, pelo caos e pela construção, pela penúria e pela ostentação. Tudo isso é a cidade do trotamundo”, completa o fotógrafo.
A entrada é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Exposição “TROTAMUNDOS ou mirando minhas desconhecidas cidades”
Museu de Arte Contemporânea De Campinas “José Pancetti”
3 de julho a 2 de agosto de 2015
Rua Benjamin Constant, 1633 – Centro
Abertura dia 3 de julho às 19 horas
Terça-feira à Sexta-feira – das 9h às 17h
Sábado – 9h às 16h
Domingos e Feriados – 9h às 13h
O meu pé de laranja lima

            No dia 24 de março de 1974, ganhei oficialmente meu primeiro livro de literatura infanto-juvenil. Até então a biblioteca da nossa casa destinada às crianças era composta de coleções de livros de Andersen e irmãos Grimm, a coleção O mundo da criança e outros tantos livros de contos de fadas e fantasia. Lia-se muito naquela casa e sempre tinha gibis para mim e meu irmão. A televisão era restrita a determinados horários, o quintal da chácara onde morávamos era imenso e cheio de atrativos, portanto o horário da pausa para ler era muito grande. Na época em que ganhei O meu pé de laranja lima, do José Mauro de Vasconcelos, lia escondido revistas de fotonovela das minhas tias e algumas revistas femininas da época, pois meus pais não me deixavam chegar perto delas. Também lia escondido alguns livrinhos de bolso muito populares naquele tempo, os faroestes, da série Stefania, mas meus favoritos eram os de espionagem, escritos por Lou Carrigan: Brigite Monfort, a espiã poderosa de cabelos negros e olhos azuis, que viajava o mundo inteiro, falava vários idiomas, lutava artes marciais, se metia em várias enrascadas e saía ilesa de todas elas. Tinha uma legião de ajudantes espiões espalhados pelo planeta, aos quais chamava de “Johnny” e namorava o mais esperto e brilhante espião de todos os tempos: o Número Um. 
            Nesse ano de 1974 ganhei outro livro que até hoje adoro: Seleções, do Malba Tahan.

            Algum tempo depois (03/08/1977) do O Meu pé de laranja lima, ganhei da minha tia Isa meu primeiro livro de poesia: Eu e Você, do Paul Géraldy e daí minha biblioteca foi crescendo e ainda tenho todos os meus livros ganhos desde a infância, sempre com a data em que foram recebidos. Por onde quer que eu vá, a cada mudança, são cuidadosamente embalados e na chegada à casa nova ganham novo espaço, e depois de limpos, voltam a fazer parte da minha vida. Uma frase dita pelo personagem Zezé, do O Meu pé de laranja lima, me vem à cabeça nessas ocasiões de mudança - e já foram muitas: “Casa nova. Vida nova e esperança simples, simples esperanças”. E lá vamos nós, eu e meus livros, para um novo lar.